Um pouco de História – Vila de Iguassú na visão dos viajantes

A primeira grande contribuição à compreensão do surgimento das freguesias foi trazida pelo visitador de paróquias José de Souza Azedo Pizarro e Araújo (1753-1830). Com ele, as freguesias foram esmiuçadas, analisadas, pesquisadas e investigadas minuciosamente. Entre os relatos de viajantes que estiveram na vila de Iguassú no nascedouro, no seu apogeu e decadência estão às descrições de Augusto Saunt-Hilairem, que ao voltar de sua viagem a Minas Gerais, em 1816, narrou sua passagem pela Serra do Couto e pela freguesia do Pilar. Diz ele: “Antes de chegar ao pé da montanha ouve o ruído de um regato que corre entre pedras, é o Rio Pilar. Ele toma seu nome da aldeia a que me dirigia”.

Quanto à freguesia de Iguaçu em 1816, ele nos deixou este relato: “Iguassú sede de paróquia não é vila propriamente dita, mas conta com algumas mercearias e armarinhos bem sortidos, bonitas vendas, algumas ferrarias, cujo ofício é mais necessário que qualquer outro por causa da passagem contínua dos tropeiros de Minas Gerais que descem a serra. O Rio Iguaçu é navegável desde essa paroquia até a Baia do Rio de Janeiro. Oferece aos fazendeiros da vizinhança caminho cômodo para o transporte de sua produção”.

John luccok chega ao Brasil praticamente com a Corte Portuguesa, em 1808, e ficou até 1818. De origem inglesam veio com o propósito de assentar praça e fazer bons negócios. Sobre o Iguassú, ele deixa o seguinte relato: “É um rio belo, largo e profundo, que corre por um leito extraordinariamente meandroso. Estando normal o estado da atmosfera, a correnteza é forte; na estação das chuvas, corre com grande impetuosidade, desbarrancando por largo trecho suas ribanceiras… esse rio é alcançado pelo Pilar, que vem do Nordeste, já tendo passado por junto de umas poucas casitas e um grande edifício que formam a aldeia do mesmo nome”.

Em 1858, Charles Ribevrolles, amigo e conterrâneo de Victor Hugo, vem para o Brasil encarregado de escrever o texto em fracês do Brasil Pitoresco. Dois dias antes de regressar a Europa, foi tomado pela febre amarela. Quanto à Vila de Iguassú, ele diz: “Iguassú é uma rua comprida e mal calçada que à esquerda segue para o porto e à direita termina numa bifurcação. Aí se comprimem os armazéns, as construções, as casas dos consignatários que exportam para o Rio. É a bolsa, o mercado, o entreposto. É a vida de Igussú”.

O seu mais importante equipamento urbano era o seu porto. Rybeirolles diz: “Que no porto o rio é estreito e baixo, os barcos são impedidos à vara até o mar. A paisagem é triste e os morros são calvos. Quanto às casas, as portas carunchosas, os tetos desabam, os ratos e as andorinhas prenunciam os derradeiros tempos”.

Fonte: O Dia – Um pouco de História

DATA

20 Fevereiro 2014

FONTE

Fonte: O Dia – Um pouco de História