Um motorista é multado por hora na cidade de SP por desrespeitar ciclista

Mudança de comportamento. Depois do aumento da fiscalização e das 8.844 autuações aplicadas desde maio de 2012, cicloativistas destacam que motoristas ficaram mais ‘simpáticos’; no 1º bimestre, dois usuários de bicicletas morreram atropelados

SÃO PAULO – Um motorista é multado a cada hora, em média, por desrespeitar ciclistas na cidade de São Paulo, revelam dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O programa lançado pelo órgão de trânsito para proteger as pessoas que andam de bicicleta na capital completa hoje um ano. A medida consistiu, basicamente, em ampliar a fiscalização de infrações que põem ciclistas em risco. Até o fim de março – o dado mais atual -, foram aplicadas 8.844 multas para condutores que não deram preferência às bikes.

Agentes de trânsito passaram a priorizar infrações previstas em três artigos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB): 169, 197 e 220. A primeira trata de dirigir “sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à segurança”. A outra versa sobre o ato de deslocar o veículo para a faixa mais à direita no instante de manobrá-lo. Por fim, está a não reduzir a velocidade antes de ultrapassar um ciclista.

São maneiras de dirigir que, no entendimento da CET, podem favorecer acidentes envolvendo quem está de bicicleta. Mas o enquadramento que trata diretamente da segurança dos ciclistas, anotado no artigo 220, só rendeu 19 multas.

Convívio. Quem anda de bike nas vias paulistanas destaca que o trânsito se tornou um pouco mais simpático aos ciclistas desde o aumento da fiscalização. Para a cicloativista Aline Cavalcante, de 27 anos, que há cinco pedala diariamente em São Paulo, outros fatores além da maior rigidez do monitoramento das vias estão por trás da mudança de atitude dos motoristas. “Creio que isso é o reflexo de várias coisas, como o aumento do número de pessoas usando as bicicletas e o fato de mais motoristas estarem andando nas ciclofaixas de lazer.” Ela suspeita que, assim, velhos preconceitos sobre a locomoção por bikes têm caído por terra. “Nunca mais escutei coisas como ‘Vai pedalar no parque’.”

 

DATA

14 Maio 2013

FONTE

Estadão