Rodoviários reclamam de más condições de trabalho

Reunidos na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), nesta segunda-feira (19), sindicalistas do setor de transporte reclamaram da situação de trabalho dos motoristas profissionais no Brasil. Estresse, baixa autoestima, sedentarismo e lesões por esforços repetitivos desafiam a saúde dos rodoviários que trafegam pelas ruas e estradas do país.

O problema se reflete nos números. Segundo o delegado sindical do Sindicato dos Rodoviários do Rio Grande do Sul, Alceu Weber, em São Paulo, grandes empresas têm até 80 caminhões parados no pátio por falta de mão-de-obra. Segundo ele, “o capital tem fechado as portas para o próprio negócio ao achar que o motorista é um robô”.

Ao dar um exemplo da situação adversa dos profissionais, Alceu Weber lembrou que, num dia de trabalho urbano, um motorista realiza mais de 3.800 trocas de marcha; todavia, menos de 30% dos ônibus em circulação têm câmbio mecânico.

— O resultado é um alto índice de LER [Lesão por Esforço Repetitivo] principalmente em ombros e braços direitos e pernas esquerdas — lamentou.

A Comissão de Direitos Humanos foi convocada para debater a mobilidade urbana e o Estatuto do Motorista — Projeto de Lei do Senado (PLS)  271/2008 —  de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que regula a atividade profissional e prevê uma série de deveres e direitos para a categoria, como, por exemplo, aposentadoria especial e regras para ingresso na profissão.

Foram convidados para o debate o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres (CNTTT), Omar José Gomes; o delegado sindical do Sindicato dos Rodoviários do Rio Grande do Sul, Alceu Weber; e o presidente da Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul, Claudir Nespolo. Também participarão representantes do Ministério das Cidades e do Dieese.

Presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), a audiência é interativa. Os interessados podem fazer perguntas pelo Portal e-Cidadania e pelo Alô Senado (0800 61 22 11).

DATA

19 Maio 2014

FONTE

Agência Senado