Rodoviários de BH aceitam proposta de 9%

Proposta foi apresentada pelo Tribunal Regional do Trabalho em audiência de conciliação realizada nesta terça-feira
Terminou há pouco a Assembléia dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Belo Horizonte e Região Metropolitana.
A categoria aceitou a proposta apresentada pelo desembargador Marcus Moura Ferreira nesta terça-feira em reunião de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho.
O magistrado sugeriu reajuste salarial de 9% para motoristas, cobradores e demais funcionários dos transportes públicos.
O índice fica entre os 20% reivindicados pelos trabalhadores (inicialmente o pedido era de 49%) e os 6% oferecidos pelas empresas de ônibus de Belo Horizonte e municípios vizinhos.
Esta decisão é um passo para o fim oficial da greve, mas ainda é necessário o posicionamento das empresas de ônibus.
As empresas de ônibus chegaram a mostrar descontentamento com a proposta do juiz e alegaram que o índice de 9% é acima da inflação acumulada de 2011 e que oneraria as folhas de pagamento, causando prejuízos às viações.
Caso este reajuste seja aprovado também pelas empresas de ônibus, os salários dos motoristas passam para R$ 1.482 por mês e o dos cobradores vão para R$ 741,00.

SERVIÇOS PRÓXIMOS DOS NORMAIS.

O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Belo Horizonte – STTR-BH se comprometeu a cumprir a frota mínima estipulada pela Justiça de 50% dos serviços durante todo o dia e de 70% dos ônibus em operação nos horários de pico das 6 horas às 9 horas e das 17 horas às 20 horas.
Mas a frota registrada pela BHTrans – Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte registrou movimento acima destes percentuais, inclusive mais que 70% mesmo fora dos horários de pico.
Em algumas estações BHBus, terminais e cidades do entorno de Belo Horizonte, o funcionamento dos ônibus foi total, como em dias normais.
Apesar disso, muita gente sem informação suficiente, saiu mais cedo de casa, optou pelo metrô, mesmo não usando este meio de transporte habitualmente, e saiu de carro.
Por este motivo, mesmo com a retomada de boa parte dos serviços de ônibus, os congestionamentos ficaram acima da média nas principais ruas e avenidas de Belo Horizonte dos municípios que formam a Grande BH.

PREJUÍZOS:

A greve dos motoristas e cobradores de ônibus de Belo Horizonte e Região Metropolitana prejudicou o cotidiano de quase 3 milhões de passageiros e também diversos setores da economia.
Nos dias mais críticos de paralisação, a CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte registrou queda de R$ 19 milhões no faturamento dos estabelecimentos comerciais. Muitas lojas tiveram movimento abaixo do normal e algumas nem abriram as portas por falta de funcionários.
No caso dos bancos, a situação foi pior. Além de muitos funcionários não poderem ter chegado aos locais de trabalho, por segurança, algumas agências fecharam por causa de outra greve: a paralisação dos vigilantes de Minas Gerais.
De acordo com levantamento do jornal O Estado de Minas, o sistema de transportes de Belo Horizonte e Região Metropolitana é composto da seguinte forma:

BELO HORIZONTE
– 1,6 milhão de passageiros por dia
– 3.010 veículos
– 296 linhas
– 27,5 mil viagens por dia

REGIÃO METROPOLITANA
– 855 mil passageiros por dia
– 3.038 ônibus
– 729 linhas
– 21,2 mil viagens por dia
– 34 municípios atendidos

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

 

 

DATA

15 Março 2012

FONTE

CBN