Protesto na Via Dutra em SP tem o apoio da CNTTT

Diretores da Nova Central – SP, o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Setor Diferenciado – SP (Sindrodosp) e a Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários do Estado de São Paulo (FTTRESP), lideraram a manifestação na manhã desta quarta-feira (15/4) na Via Dutra, principal via de acesso à São Paulo. O motivo, contra o Projeto de Lei 4.330, aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 8 de abril, que amplia a terceirização e legaliza a precarização dos direitos trabalhistas.

Segundo Luiz Gonçalves (Luizinho), presidente da Nova Central – SP, este Projeto de Lei é a degradação do trabalho na medida em que aumenta exponencialmente os acidentes de trabalho, reduz a renda e aumenta a rotatividade. “Estudo do Dieese, encomendado pelas centrais sindicais mostra que, em relação ao contratado direto, o trabalhador terceirizado permanece 3,1 anos a menos no emprego e tem jornada semanal de três horas a mais”.

Durante sua fala aos participantes do protesto, lembrou que dos 60 deputados federais do Estado de São Paulo, 42 votaram contra os direitos dos trabalhadores e aprovaram o texto-base do projeto e, com isso, fica nítido que 70% da bancada de deputados federais de São Paulo representa interesses dos patrões.

Afirmou que em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CPF) que discute o projeto que regulamenta a terceirização, Lilian Marques, representante do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentou dados sobre trabalhadores mortos ou resgatados de condições análogas à escravidão.

De acordo com os dados, entre 2010 e 2013, nas 10 maiores operações de resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão, quase 3.000 dos 3.553 casos envolviam terceirizados. No caso de óbitos durante o serviço no setor elétrico, em 2013 perderam a vida 61 terceirizados, contra 18 empregados diretos. Na construção de edifícios, foram 75 falecimentos de terceirizados num total de 135 mortes.

Nas obras de acabamento, os terceirizados foram 18 do total de 20 óbitos, nas de terraplanagem, 18 entre 19 casos e nos serviços especializados, 30 dos 34 casos detectados. Para Lilian Marques, estes números refletem a forma como os trabalhadores terceirizados são tratados pelos empregadores, em aspectos como segurança e treinamento.

“O estudo aponta também, que a rotatividade entre terceirizados é o dobro da que existe entre empregados diretos e, que são inúmeros, os casos de calotes em todo o país, de empresas que fecham as portas sem pagar seus contratados. Este tema envolve inúmeros interesses, cito como um exemplo a Petrobras, que hoje chega a contratar cerca de 360 mil trabalhadores como terceirizados, contra 86 mil diretos”, afirmou Luizinho.

DATA

16 Abril 2015

FONTE

NCST