Os desafios do motorista e a responsabilidade do governo federal

Embora a economia nacional ainda careça de melhorias em várias áreas, o setor de transportes segue aquecido. Mas, então, qual o nosso maior gargalo? É fato que o motorista profissional tem sido prejudicado sobremaneira. O que o governo federal pode fazer? Por onde começar?

Com um Governo que demonstra claramente que não gosta das entidades do movimento sindical, fica claro que não há nem um tipo de diálogo com os representantes dos trabalhadores. Justiça seja feita: não começou no governo Bolsonaro, a reforma da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que na verdade foi uma reforma sindical travestida de trabalhista no governo de Michel Temer. Foi o início de uma era de distanciamento entre governo federal e os trabalhadores.

O que vemos hoje, são trabalhadores a mercê da própria sorte. É fácil observar que não existe uma agenda que vise o emprego, a valorização dos trabalhadores e, principalmente, o diálogo fundamentalmente com quem os representa, que são as entidades sindicais. Não podemos permitir que esse descaso do governo silencie a voz do trabalhador. Não é difícil entender que esse sucateamento das entidades, patrocinada pelo governo, visa uma morte por inanição do sindicalismo e o grande prejudicado é o trabalhador que está na ponta desse iceberg.

No próximo dia 25 de julho, comemoramos o dia nacional do motorista, mais o que temos para comemorar? Na vacinação, por exemplo, a categoria não foi priorizada, embora a lei 13.103/2015 já contemplava de forma prioritária, dentro de uma razoabilidade, os motoristas profissionais, não foi o que vimos por parte do Plano Nacional de Imunização (PNI).

São muitas as reivindicações para o setor do transporte, mas o que consideramos essencial é a manutenção dos postos de trabalho. Começando pelo auxílio e apoio às empresas do setor, que vêm sendo penalizadas com a nova realidade do transporte no mundo. O diálogo com sindicatos, federações e confederações é o primeiro passo para que o governo federal mostre que tem intenção de estar do lado do trabalhador que vem sofrendo muito com a pandemia e a realidade do trabalho, emprego e renda no Brasil.

 

Jaime Bueno Aguiar,  presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres – CNTTT 

DATA

23 julho 2021