Nova Central conquista espaço entre as maiores centrais sindicais

Conforme o Jornal “Valor Econômico” a Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST esta entre as duas centrais sindicais que mais cresceram no país. Segundo José Calixto Ramos, presidente da Nova Central, este crescimento e reconhecimento se devem ao trabalho responsável da NCST com liberdade e autonomia em relação aos partidos políticos, igrejas, governo e patrões.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), maior central sindical do país, perdeu espaço no país. O Ministério do Trabalho divulga nos próximos dias um novo levantamento sobre o movimento sindical brasileiro – quantos sindicatos existem, quantos são filiados a uma central sindical, e quantos trabalhadores são filiados a cada sindicato. Referente a 2011, o levantamento baliza a repartição dos recursos do imposto sindical neste ano, para o qual não existe uma estimativa – no ano passado, o valor recolhido somou quase R$ 1,4 bilhão. Os dados preliminares, atualizados até ontem, apontam que a liderança da CUT, ainda incontestável, começa a ser arranhada pelas demais centrais.

O Brasil conta com 9,8 mil sindicatos (372 mais que em 2010) e 6,8 milhões de trabalhadores sindicalizados, 588 mil a mais que o registrado há dois anos. O universo das centrais é um pouco menor, uma vez que 2,6 mil sindicatos não são filiados a uma central, e, por extensão, os 947 mil trabalhadores filiados a eles também não.

No ano passado, a CUT registrou 141 sindicatos a mais no Ministério do Trabalho, e essas entidades contam com 101,3 mil trabalhadores sindicalizados. Ao todo, a CUT conta agora com 2,1 mil sindicatos registrados com 2,4 milhões de sócios – segundo o índice de representatividade criado pelo governo, que cruza o número de sindicatos filiados e dos trabalhadores a eles associados, a CUT representa 36,5% do movimento sindical. A parcela, ainda majoritária, caiu. Um ano atrás, a CUT representava 38,3%.

O primeiro ano do governo Dilma Rousseff foi de crescimento para as demais centrais. A Força Sindical, segunda maior do país, chegou a 1,7 mil sindicatos no ano passado, e 982 mil sócios – 14,4% de representatividade. O aumento, de apenas 0,3%, foi um pouco inferior ao registrado pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que fechou 2011 com 553 sindicatos e 574,9 mil sócios.

Os maiores saltos foram da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), de 2,4 pontos percentuais e 1,3 ponto percentual, respectivamente. A Nova Central no ano passado registrou aproximadamente 700 filiados.

Para repartir os recursos do imposto sindical, referente a um dia de salário de todos os 44 milhões de trabalhadores com carteira assinada do país, o governo leva em conta o número de sindicatos filiados a cada central e o tamanho desses sindicatos, isto é, quantos sócios eles têm.

É preciso obter um mínimo de 7% de representatividade, de acordo com os critérios do governo, para receber uma parte do imposto sindical. Entre 2008, quando o então governo Luiz Inácio Lula da Silva permitiu que as centrais abocanhassem 10% do que é arrecadado com a contribuição, e o ano passado, foram seis as centrais que receberam os recursos: CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB). Com o racha na CGTB em meados do ano passado, a entidade não mais atinge o mínimo de 7% (está com 3,4%), e, por isso, deixará de receber recursos a partir deste ano.

O valor total do repasse de imposto sindical neste ano ainda não é conhecido, mas a divisão obedece sempre ao mesmo critério: 60% ficam com sindicatos, 15% com federações, 5% com confederações, 10% com as centrais, e 10% retornam aos cofres públicos. Do R$ 1,4 bilhão do ano passado, as centrais repartiram entre si cerca de R$ 135 milhões. Assim, entre 2008 e 2011, as seis centrais receberam do governo federal pouco mais de R$ 355 milhões.

Uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), perpetrada pelo DEM no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2010 discute o repasse. A votação está suspensa, empatada por três votos a três, e o ministro que pediu vistas no ano passado, Carlos Ayres Britto, assume nesta quinta-feira a presidência do STF.

Em campanha nacional pela abolição do imposto sindical, a CUT já enviou carta ao STF pedindo celeridade à votação. Segundo o presidente da central, Artur Henrique, o imposto sustenta dirigentes sindicais, não sindicatos. “Em vez de depender de uma legislação de 1943, e de recursos do Estado, que chegam com garantia plena e sem esforço ou prestação de contas, defendemos que o sindicato seja sustentado pela própria classe”, diz Henrique. “Daí sobrevive apenas quem luta e conquista algo para os trabalhadores”, afirma ele, para quem a taxa negocial, proposta pela CUT em substituição ao imposto sindical, poderia render “até mais recursos ao sindicato”.

Para Patah, presidente da UGT, a campanha da CUT vai acabar “intensificando” a migração de sindicatos filiados à CUT para outras centrais. Segundo Wagner Gomes, presidente da CTB e ex-dirigente da CUT, a campanha pela extinção do imposto sindical “parte do pressuposto de que os sindicatos poderão sobreviver sem o imposto, como se todos os sindicatos fossem como são os metalúrgicos do ABC”, em referência ao mais forte sindicato da CUT.

De acordo com João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, a CUT faz a “aposta errada [de criticar o imposto sindical] num momento em que perde representatividade”. Para Juruna, o “mercado sindical” atual tem perfil mais conciliador e menos ideológico. “Ao intensificar esse discurso radical, a CUT vai acabar empurrando os sindicatos para as outras centrais”, avalia.

A construção de uma Nova central Sindical de Trabalhadores foi criada pela unidade, coragem e ousadia, capaz de propor uma alternativa de luta para os trabalhadores do Brasil ao ser fundada no dia 29 de junho de 2005. Primeira central com sede em Brasília e composta por 7 Confederações, 136 Federações, cerca de 3 mil sindicatos, que representam quase 12 milhões de trabalhadores em todo país.

Sua marca registrada é a defesa incondicional da unicidade sindical, contribuição compulsória do sistema confederativo de representação sindical, respeitando o artigo 8º da Constituição Federal, por um Brasil com emprego, desenvolvimento econômico e juros baixos.

 

 

DATA

19 Abril 2012

FONTE

Jornal Valor Econômico