Motoristas reclamam das faixas exclusivas de ônibus em SP

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Desde o começo do ano, a campanha “Dá licença pro ônibus” criou faixas em 146 km. Até o final do ano serão 220 km de faixas exclusivas. A velocidade dos ônibus aumenta em pelo menos 30%, mas os motoristas não gostaram das mudanças no trânsito. Todos os dias circulam 3,8 milhões na capital paulista.

O espaço de mobilidade na cidade é cada vez maior para quem anda de ônibus. Os carros, que normalmente carregam só um passageiro, estão sendo espremidos nas avenidas. Entretanto, será que se todos os motoristas que estão nos carros resolvessem usar os ônibus, eles caberiam? “Não cabe. Os ônibus já estão lotados em hora pico. Não aumentou o número de viagens. As viagens ficaram mais rápidas apenas. Não tem para quem está de carro correr. No metrô não cabe, na CPTM é brincadeira, nos ônibus também não dá. Então se tira uma opção sem oferecer uma alternativa”, conclui o engenheiro de tráfego Sérgio Ejzenberg.

A última pesquisa origem/destino do metrô, feita em 2007, mostrava que o número de viagens em transporte coletivo, incluindo metrô, ônibus e trem, não era muito diferente das viagens feitas de modo individual. Para os responsáveis pela instalação das faixas exclusivas de ônibus, os números são bem diferentes.

“70% das pessoas se deslocam hoje para o trabalho de ônibus. Se esse é o sistema de fato que faz os deslocamentos na cidade, é necessário separar uma parte desse sistema viário, priorizando o sistema viário para eles”, explica o diretor de planejamento da CET Tadeu Leite Duarte.

Para os motoristas, a medida não alivia nada. “É um absurdo né? Só faltava mais essa. para esse trânsito de São Paulo… Já é um horror”, desabafa uma motorista. “Terrível. Mobilidade urbana não se resume a pintar uma faixa no chão”, diz Felipe Bugolli. Para Edvaldo Luiz Barbosa, é preciso alargar a avenida. “Não é só fazer e largar, o trânsito que se dane.”

Alguns aprovaram a faixa porque isso aumentou a velocidade dos ônibus: “Melhorou muito. 99%”, diz uma passageira.

DATA

2 setembro 2013

FONTE

GLOBO - Jornal Hoje