Greve de ônibus em Niterói, São Gonçalo e região vai ser decidida nesta sexta-feira

Greve de ônibus em Niterói, São Gonçalo e Região será decidida nesta sexta-feira

Categoria e empresários vão discutir propostas. Mais de 1,3 milhão de pessoas foram prejudicadas

A paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus em São Gonçalo, Niterói, Marica, Itaboraí e Tanguá pode ser decidida nesta sexta-feira, dia 30 de março de 2012, em reunião entre representantes de trabalhadores e das empresas de ônibus na Sedic – Seção Especializada em Dissídios Coletivos, do Tribunal de Justiça do Trabalho.

A audiência está marcada para a uma hora da tarde. Depois da apresentação das propostas, os motoristas e cobradores devem realizar uma assembléia.
A categoria entrou em greve nesta quinta-feira o que provocou diversos problemas para aproximadamente 1,3 milhão de pessoas.
Houve congestionamentos acima do normal em Niterói e São Gonçalo que refletiram na capital Rio de Janeiro.
Na ponte Rio – Niterói as filas de carros deixavam os deslocamentos ainda mais demorados. Houve lentidão também na Alameda São Boaventura, avenida Visconde do Rio Branco, avenida Feliciano Sodré, avenida Jansem de Mello e avenida Roberto Silveira.
Muita gente que não costuma usar o carro para se deslocar durante a semana, optando pelo transporte público, acabou fazendo uso de meios individuais.
Quem não tem carro, sofreu ainda mais.
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Niterói e Arraial do Cabo – Sintronac garante que a determinação da Justiça de colocação nas ruas de 40% da frota durante todo o dia da greve, aumentando para 60% nos horários de pico, foi cumprida.
Mas não foi isso que a população disse ter constatado. Em algumas linhas não foi visto nenhum ônibus. A multa prevista contra o sindicato em caso de não cumprimento é de R$ 100 mil por dia.
Para atender uma parte dos passageiros, as empresas colocaram mecânicos, manobristas e instrutores, para dirigirem os ônibus.
O Seterj – Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro garantiu que não houve risco à segurança dos passageiros já que os profissionais escalados têm carteira nacional de habilitação de categoria D, a mínima exigida para ônibus, desde que não sejam articulados, que necessitam de profissionais com carteira E para a operação. Segundo a entidade patronal, 19,9% dos 3 mil 767 ônibus dos sistemas destes municípios circularam, o que representa 751 veículos.
Muitos donos de vans de transportes alternativos, regulares ou não, foram flagradas abusando dos passageiros na cobrança das tarifas.
As passagens que são em torno de R$ 8,00 foram para R$ 20,00.

REIVINDICAÇÕES E PROPOSTAS:

O sindicato dos rodoviários pede às empresas de ônibus:

– Aumento de 16% nos salários
– Reajuste de 50% no valor da cesta básica
– Fim da Dupla Função, que exige que motoristas também cobrem as passagens.
– Extinção da Função de Motorista Júnior, que ganha menos.

As empresas de ônibus oferecem:
– Reajuste salarial de 10%
– Aumento no valor da cesta básica de 25%.

O Sindicato das Empresas de ônibus diz que não é possível oferecer índices maiores e que os rodoviários da capital e de Duque de Caxias aceitaram estes valores sem problemas.
Já o sindicato dos trabalhadores afirma que os salários e benefícios são muito pequenos diante do desgaste e da responsabilidade das profissões no setor de transportes e adianta que enquanto não houver outras propostas, os ônibus vão continuar parados.

 

 

DATA

30 Março 2012

FONTE

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes