GREVE DE ÔNIBUS EM BH: Empresas tentam o fim do movimento na Justiça

BHTrans deve notificar as viações pelo não cumprimento de frota mínima e falta de preparo em relação a greve dos motoristas e cobradores em BH e região metropolitana
As empresas de ônibus em Belo Horizonte e Região Metropolitana tentam na Justiça do Trabalho interromper a greve dos motoristas e cobradores que desde a madrugada desta segunda-feira, dia 12 de março, prejudica 1,6 milhão de passageiros só na Capital Mineira e cerca de 3 milhões de usuários em toda a Região Metropolitana.
O Setra – BH – Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte alega que a greve é irregular. Para a entidade, não houve comunicação oficial de 72 horas antes da paralisação, como prevê a Lei de Greve. Assim, as empresas de ônibus vão tentar também um dissídio coletivo na Justiça.
A BHTrans – Empresa de Trânsito e Transportes de Belo Horizonte, órgão que gerencia os sistema de ônibus notificou as empresas de transporte pelo não cumprimento dos serviços durante a greve. O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte – STTR – BH prometeu frota mínima em operação de 30% durante todo o dia. Esse percentual não foi cumprido em diversas linhas na capital e municípios vizinhos.
O Ministério Público do Trabalho determinou frota de 100% nos horários de pico e 50% nas demais horas com punição de R$ 300 mil por dia contra o Sindicato dos Rodoviários caso a determinação não fosse seguida, como ocorreu de fato. Mesmo o não cumprimento da determinação sendo de responsabilidade do Sindicato dos Trabalhadores, a BHTrans entende que as empresas também deveriam se preparar melhor e criar planos de emergência, além de colaborarem para a realização dos serviços mínimos.
As empresas acham injustas as notificações da BHTrans porque, segundo o sindicato patronal, não poderiam forçar os motoristas e cobradores a irem ao trabalho.
Vários casos de depredação a ônibus foram registrados quando algum motorista tentava trabalhar. Houve registros de ocorrências nos bairros Itacolomi, Carlos Prates, Palmeira, Caiçara. Um motorista chegou a ficar ferido sem gravidade.
“Quando os trabalhadores fizeram isso, perderam a razão, mostraram que não tinham a mínima intenção de cumprir a frota mínima. E agora são as empresas que devem pagar por isso?” – disse um diretor de uma viação da região metropolitana ao Blog Ponto de Ônibus / Canal do Ônibus, que pediu para não ser identificado. Não há consenso entre empresas de sindicato dos trabalhadores
O Sindicato Trabalhista que pedia 49% de reajuste salarial agora trabalha com a possibilidade de negociar 20% de aumento para motoristas, cobradores e despachantes.
Além disso, a categoria pede aumento no tíquete alimentação para 30 folhas no valor de R$ 15,00 cada, participação nos lucros e resultados, banheiros femininos nos terminais, fim da dupla função (motoristas que dirigem e cobram) e diminuição na jornada de trabalho para 6 horas diárias. As empresas ofereceram aumento salarial de 13% condicionado à elevação na carga horária em 20 minutos ou 6% sem alteração de carga horária. Pelas empresas de ônibus, o tíquete – alimentação subiria em 6% e a Participação nos Lucros seria de R$ 150,00 para quem ganha até R$ 1000,00 e de R$ 300,00 para quem recebe acima de R$ 1000,00.
Se o impasse em relação à greve não for resolvido e o movimento continuar, os moradores de Belo Horizonte e Região Metropolitana devem enfrentar problemas no trânsito das principais ruas e avenidas, como ocorreu na manhã desta segunda-feira.

DATA

12 Março 2012

FONTE

Blog do Ponto de Ônibus