Em 6 meses, governo liberou apenas 27,3% do previsto para infraestrutura

O adiamento do leilão do trem-bala foi o estopim da crise que o país enfrenta na área de infraestrutura e da qual o governo mostra dificuldades para sair. Tanto que os investimentos da União previstos para este ano, que poderiam ajudar a alavancar a frágil economia, continuam travados. De janeiro a julho, apenas 27,3% dos gastos previstos em obras foram realizados, conforme levantamento realizado pelo Contas Abertas.

Dos R$ 91,2 bilhões em investimentos orçados para 2013, somente R$ 24,9 bilhões saíram do caixa do Tesouro Nacional, incluindo restos a pagar de empreendimentos iniciados em anos anteriores. Esse valor desconta os financiamentos concedidos por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, bancados quase que exclusivamente com recursos privados, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Esses desembolsos são usados pelo Palácio do Planalto para inflar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

No caso da infraestrutura de transportes, segundo o Ministério do Planejamento, dos R$ 15,1 bilhões de investimentos do PAC previstos para o Ministério dos Transportes, R$ 4,6 bilhões foram pagos, ou seja, 30% do esperado. “O volume de investimentos realizados pelo governo neste ano é pífio em relação ao que se esperava. O desembolso é pior que o realizado no mesmo período de 2012, ano em que a economia do país cresceu apenas 0,9%”, disse o presidente do Contas Abertas, Gil Castelo Branco.