Coronavírus – crise de saúde, econômica e social jamais vista nos últimos anos.

Boa tarde trabalhadores rodoviários de todo Brasil.

Estamos diante de uma crise de saúde, econômica e social jamais vista nos últimos anos.

Crise que nos obriga a viver isolados, até mesmo daqueles que mais amamos.

Ainda assim, o homem, de forma irracional, tenta, e uns até conseguem, tirar proveito para si do sofrimento e da dor de tantos que se agonizam ante a essa crise.

Uns majorando preços de produtos alimentícios tão essenciais, componentes da cesta básica dos mais pobres. Outros, de medicamentos, máscaras de proteção, produtos de assepsia pessoal e há até
falsificadores desses produtos etc. E pasmem! Até mesmo água, componente insubstituível em quaisquer higienização, tem faltado aos nossos pobres irmãos que moram em bolsões de pobreza (diga-se Favelas,
Comunidades e outros), por única responsabilidade de alguns governantes.

Por outro lado, precisamos reconhecer e agradecer aos milhares de bons brasileiros que resistem e lutam bravamente prestando seus inestimáveis serviços por meio de suas forças de trabalho, técnicas
profissionais, solidariedade humana e cidadania, para ajudar ao próximo. Destacamos, por exemplo, todos os profissionais da saúde, Corpo de Bombeiros, serviços de limpeza urbana e toda a cadeia de
serviços essenciais, bem como nós, os trabalhadores em transportes, que apesar de tão espezinhados, ainda continuamos firmes frente a nossa responsabilidade, a de conduzir para o trabalho aqueles tantos
outros que já mencionamos e que estão salvando vidas.

O Brasil, por intermédio de seus profissionais elencados acima, tem feito a sua parte para que revertamos essa crise o mais rápido possível.

Já existem, em consequência dessa pandemia, 15.000 mortes já catalogadas no mundo todo e esses números modificam a cada dia.

No Brasil, até hoje já são 34 mortes, portanto, uma morte em cada 6.176.000 habitantes, parece pouco mas, basta uma vida ceifada para nos causar grande dor.

Na Itália, país com maior número de mortos no mundo, já foram catalogadas 6820 vítimas fatais dessa pandemia, uma morte para cada 8.797 habitantes.

Além de todas as dificuldades e mortes, temos que conviver,ainda,com a atabalhoada gestão política do governo, a falta de diálogo com a sociedade, com o Congresso Nacional, com o Poder Judiciário, com o
Ministério Público e, principalmente, com os Trabalhadores que estão sendo tratados como se fossem todos inimigos do país.Na verdade, os trabalhadores, por intermédio de suas entidades representativas,
constituem os seguimentos sociais organizados que mais detém expertise na prática do diálogo social e que poderia servir de elo entre o Estado brasileiro, a classe política e os setores produtivos de todas
as cadeias de produção.

É oportuno enfatizar, que urge a retomada desse diálogo por parte do Planalto com todos os atores sociais e instituições de poderes, para juntos, cada um dando a sua contribuição, recobrarmos a razão, a
sensibilidade e, principalmente, a neutralidade ideológica, para alcançarmos o alvo, que é: o crescimento econômico com a consequente geração de emprego e renda para que haja consumo, bem estar social e,
obviamente, realimentação dascadeias produtivas geradoras da prosperidade das empresas, dos trabalhadores e do Estado Nacional, sustentáculos de qualquer economia de marcado.

Esperamos contar com a reflexão de todos os brasileiros para uma rápida mudança de comportamento. Porque comprovado está: que se eliminarmos a renda, eliminamos o consumo; se eliminarmos o consumo, eliminamos a produção; se eliminarmos a produção, eliminamos as empresas e a arrecadação do Estado; e aí, a bancarrota de todos.

Brasília, 24 de março de 2020.

Confederação Nacional de Trabalhadores em transportes Terrestres
Jaime Bueno Aguiar
Presidente

DATA

25 Março 2020