Com promessa de economia, táxi elétrico começa a rodar em SP

 

Em um dia tipicamente paulistano, debaixo de muita chuva, a maior cidade do Brasil colou em funcionamento os primeiros táxis elétricos do País. Quem caminhava pela Avenida Paulista na manhã desta segunda podia ver no ponto de táxi da rua da Consolação os dois modelos que serão usados na primeira etapa de um projeto desenvolvido em parceria entre prefeitura de São Paulo, montadora Nissan, Eletropaulo e Associação das Empresas de Táxi de São Paulo (Adetax).

Com a promessa de ser um veículo cinco vezes mais econômico em relação aos modelos movidos a gasolina, o sucesso do táxi elétrico ainda pode demorar um pouco. “A primeira etapa do projeto conta com dois veículos, mas até o final do ano eles serão substituídos por dez novos veículos, que deverão rodar por até três anos”, disse o gerente de tecnologia da distribuição da Eletropaulo, Paulo Pimentel.

O principal ponto positivo do táxi elétrico, segundo Pimentel, é a economia. A prefeitura estima que para rodar 160 km, se gasta R$ 33,70 com etanol e com gasolina, R$ 39,25. Com a recarga de energia elétrica o custo deverá cair para R$ 7,11. Por outro lado, a autonomia do novo táxi continua sendo um desafio, já que o veículo roda apenas 160 km sem precisar ser recarregado.

Investimento

A Eletropaulo está investindo mais de R$ 1 milhão no projeto piloto dos táxis elétricos. Nesta primeira etapa, a distribuidora inspecionou as redes de energia das empresas Táxi Samoa e Alô Táxi, para assegurar que o sistema de eletricidade esteja adequado aos padrões de segurança.

Na segunda fase, que deverá acontecer até outubro, a Nissan deverá incorporar novos veículos e instalará cinco carregadores de carga-rápida em concessionárias da montadora, o que possibilitará a recarga completa em até 30 min, contra as 8 horas necessárias no sistema convencional.

Implantação em larga escala

O projeto apresentado em São Paulo servirá como teste para uma possível implantação dos veículos elétricos em larga escala. Segundo Paulo Pimentel, a Eletropaulo estudou casos de sucesso em outros países, mas ainda depende de muitas mudanças para apostar em uma popularização do veículo elétrico.

“Nós estamos começando ainda e este projeto servirá como teste. Para aumentar o número de veículos elétricos seria necessário, primeiramente, criar pontos de reabastecimento pelas cidades, porém, a nossa legislação não permite a venda de energia elétrica desta forma. Várias mudanças teriam que ocorrer, mas não tenho dúvida que isso possa acontecer, pois a emissão zero seria benéfica para todos”, disse.

Segundo o gerente da Eletropaulo, quem vai decidir se o carro elétrico vira realidade ou não será o próprio consumidor. “O consumidor vai pressionar essa mudança. Em Portugal o carro elétrico já consegue rodar o país inteiro por causa dos pontos de recarga, mas isso aconteceu por causa de incentivos. O Brasil pensa muito em sustentabilidade, existe uma grande chance desse projeto dar certo”, falou Pimentel.

Escolha dos motoristas

Com a disponibilidade de apenas dois veículos elétricos, a Adetax adotou um criterioso processo seletivo e escolheu os dois motoristas que conduziriam os mais novos carros da gigantesca frota de táxis de São Paulo. Um dos escolhidos para a função foi o motorista José Antônio Nunes, que explicou quais mudanças enfrentou para dirigir o novo carro.

 

“O treinamento é simples, em meia hora aprendi a usar o carro elétrico. Porém, tudo é diferente, desde a chave de ignição, que não existe, até o silêncio absoluto e a falta de escapamento. Tenho certeza de que os passageiros vão gostar da novidade”, disse.

Segundo o diretor Adetax, Ricardo Auriemma, os motoristas selecionados possuem como característica a experiência na área e o bom relacionamento com os passageiros. Os responsáveis pelos táxis elétricos concordaram em rodar menos do que o habitual, já que o veículo não possui tanta autonomia.

 

DATA

12 junho 2012

FONTE

Terra