Benefícios aos metroviários (SP) poderiam ser maiores, diz secretário de Transportes

Jurandir Fernandes reavalia proposta feita aos trabalhadores para evitar a greve prometida para esta quarta-feira.

O secretário dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes, afirmou na manhã desta terça-feira, 22, que o Metrô-SP pode reavaliar a proposta feita ao Sindicato dos Metroviários para evitar a greve na próxima quarta-feira, 23.

Durante evento na Associação Comercial de São Paulo, na Rua Boa Vista no centro da capital paulista, Fernandes admitiu que os percentuais de reajuste dos benefícios como vale-alimentação e vale-transporte poderiam ser maiores do que o proposto anteriormente para a categoria.

A proposta de aumento salarial, contudo, não deve ser alterada. O sindicato quer aumento de 20,12%, somando reajuste salarial e aumento real. Já o metrô propõe correção da inflação e aumento real de 4,65%.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, mesmo com o aumento dos benefícios citados pelo secretário, há outros ítens sendo reivindicados pela categoria.

“Mesmo com o aumento do vale-refeição e vale-transporte, a empresa continua contratando funcionários para horário de revezamento, que trabalham 40 horas semanais, quando a constituição prega que o correto são 36 horas, o Metrô paga 10% de adicional de risco de vida, quando a CPTM paga 15%”, ressalta Prazeres.

O presidente da categoria lembra que também está proposto na pauta de reivindicações o pagamento igualitário da participação dos resultados. “A empresa quer que este valor seja de acordo com a hierarquia dos cargos, nós achamos que isso só vai estimular a disputa entre um setor e outro, esse pagamento deve ser igualitário”, diz.

Uma audiência de conciliação está marcada para às 14h45 desta terça, no Tribunal Regional do Trabalho, na Rua da Consolação. A assembéia dos metroviarios, que acontece com o objetivo de decidir a greve marcada para a quarta-feira, ocorre às 18h30 desta terça.

O diretor executivo do Sindicato dos Metroviários, Alexandre Carvalho Leme, conta que após o anúncio da paralisação, o Metrô exigiu que 100% da frota circule na data, visando não afetar a população.

“Para não deixar a população sem transporte, nós argumentamos com a liberação das catracas. A categoria pretende trabalhar, mas não queremos perder o nosso direito de protestar”, diz Leme.

Em nota divulgada na última segunda-feira, 21, a empresa afirmou que liberar as catracas é uma prática ilegal e que, se foi possível, fará uso de força policial para manter a segurança nas plataformas e estações do Metrô paulista.

Altino de Melo Prazeres Júnior diz que a situação é difícil e que a categoria não tem interesse em paralisar o transporte público, muito menos afetar a população, “mas esta é a única maneira de nossos trabalhadores se manifestarem”.

 

 

DATA

22 Maio 2012

FONTE

Estadão