A noite em que cerca de 250 mil saíram às ruas para protestar

Sem lideranças partidárias, mobilizados principalmente pelas redes sociais, manifestantes tomam as ruas das principais capitais brasileiras e ocupam até o teto do Congresso para protestar por melhorias no transporte, na saúde e na educação, e contra políticos e gastos com a Copa

Na maior mobilização contra o aumento das passagens de ônibus, cerca de 240 mil manifestantes ocuparam ontem as ruas de 11 capitais brasileiras. Em São Paulo, o protesto mobilizou cerca de 65 mil pessoas, que desta vez não enfrentaram as balas de borracha e as bombas de gás lacrimogêneo da polícia. O governo do estado cumpriu a promessa de manter a Tropa de Choque aquartelada. À noite, um grupo tentou invadir o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado.

Houve confrontos no Rio, onde um grupo isolado lançou coquetéis molotov no prédio da Assembleia Legislativa e feriu cinco policiais militares. A passeata reuniu cerca de 100 mil pessoas, segundo os organizadores. Em Belo Horizonte, houve confronto com a PM nas imediações do Estádio do Mineirão. Em Brasília, os manifestantes invadiram, em dois momentos, o teto do Congresso Nacional aos gritos de “a-ha, u-hu, o Congresso é nosso”.

Sem a predominância de bandeiras de partidos políticos, sindicatos ou entidades estudantis, os protestos lembraram as grandes mobilizações sociais do passado, como os comícios pelas Diretas Já (1984) e o movimento dos caras-pintadas (1992). A diferença foi a força demonstrada pelas mídias sociais, decisivas não apenas para a mobilização como para o registro de cada detalhe das manifestações em tempo real, e a diversidade de palavras de ordem.

Além do clamor contra o reajuste das tarifas de ônibus, foram ouvidos gritos contra os gastos públicos com a Copa do Mundo e contra a PEC 37, projeto que busca tirar dos Ministérios Públicos o poder de investigação.

DATA

18 junho 2013

FONTE

Globo